Desenho Animado e Geografia
Trechos da dissertação:
Propomos que os Desenhos Animados contribuam para a construção do conhecimento enquanto linguagem geográfica acessível a todos e que possibilite ao aluno aprender de forma lúdica e conectada com a realidade, numa concepção socioconstrutivista que, segundo Cavalcanti (2002, p. 19-20) “[…] não rompe necessariamente com as formas mais convencionais de encaminhar o ensino, como, por exemplo, as aulas expositivas, os trabalhos de leitura e interpretação de textos, as atividades extraclasse”, trata-se de uma ferramenta adicional no processo de construção do conhecimento.
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Levar o aluno ao questionamento e à reflexão são importantes estratégias a serem empregadas pelo professor, uma vez que “É fundamental preparar o aluno para desenvolver o senso crítico necessário para que possa selecionar e utilizar as informações e não perder-se no “dilúvio informacional” das redes de comunicação” (PONTUSCHKA; PAGANELLI; CACETE, 2009, p. 263).
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A função dos Desenhos Animados no ambiente escolar não deve ser meramente expor a informação e a imagem, pois isso acontece diariamente, mas incitar ao questionamento, visto que são instrumentos que transmitem uma representação do mundo e estão constituídos de conteúdos diversos que possibilitam ao aluno perceber as diferentes realidades que compõem o mundo que o cerca. Para tal intento, é importante salientar a relevância do planejamento do professor:
Vale frisar que o educador deve preparar-se previamente para o uso do Desenho Animado, assim como qualquer outro recurso, avaliando seu conteúdo e a relação com a matéria estudada, expor aos alunos os objetivos do estudo e o que se pretende analisar no recurso midiático, além de manter o debate em torno de tais objetivos (LIMA, 2014, p. 15).
Com um roteiro traçado, o professor deve ter os objetivos bem delimitados e uma preparação prévia, caso contrário, não passará de outro entretenimento, como tantos já utilizados sem uma finalidade própria, o recurso “não deve ser utilizado como uma mera ilustração da palavra do mestre, ou como um reforço da aprendizagem” (BARBOSA, 2008, p. 112). O professor deve refletir sobre qual desenho utilizar, avaliando seu conteúdo e a relação com a matéria estudada, expor aos alunos os objetivos do estudo e o que se pretende analisar no recurso midiático, além de manter o debate em torno de tais objetivos, visto que o papel do Desenho Animado na sala de aula é o de provocar uma situação de aprendizagens para alunos e professores e não apenas como forma de ilustração.
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Essa temática foi abordada em trabalhos anteriores, que constataram a eficácia de sua aplicabilidade nas pesquisas realizadas, tanto no Ensino Fundamental (LIMA, 2011), quanto no Ensino Médio (LIMA, 2014), mostrando que os Desenhos Animados são de fácil manuseio pelos educadores e estimulantes aos educandos. No trabalho de conclusão de curso da Especialização em Fundamentos da Educação - UEPB, foi utilizado no estudo de Sistemas Econômicos os clássicos da Disney (As princesas, como Branca de Neve). Na monografia da graduação em Licenciatura em Geografia - UEPB, fora utilizado o Pica-Pau como aporte nas aulas de Educação Ambiental. Em ambos os trabalhos, os dados obtidos nas pesquisas constataram a viabilidade de tal temática, visto ser acessível e agradável a todos os públicos estudados, com diferentes faixas etárias.
Em razão das pesquisas desenvolvidas, que apontaram a pertinência das estratégias de animação nos ambientes de aprendizagem, o presente estudo buscou colaborar diretamente com os professores, para a utilização dos Desenhos Animados em sala de aula, de forma que a escola e os educadores, sejam eles da área geográfica ou não, possam se beneficiar de tais estudos nessa área de interface entre a Educação e o Desenho Animado, com intuito de poder estabelecer ligações entre o universo imagético e a atuação como ser social.